Lc 1,67-79
Temos neste Evangelho o belíssimo cântico de Zacarias, o pai de João Batista.
Ele começa dizendo: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo”. A redenção foi o maior presente de Jesus. Agora, tantos séculos depois, podemos repetir essas palavras, pois a visita de Deus a nós não terminou. Ele veio para ficar.
“Fez aparecer para nós a força da salvação.” Deus é maior que as forças do mal que querem nos levar à perdição.
“Como tinha prometido”. Deus cumpre as promessas que faz. Ele não tem pressa porque quem tem todo o poder na mão não tem pressa. A pressa é ligada à insegurança de quem não tem todo o poder.
“Para salvar-nos dos nossos inimigos.” Todos temos inimigos. São os que nos prejudicam ou querem levar-nos para o mal. Até nós, sem querer, podemos ser inimigos de alguma pessoa. Mas nenhum inimigo, da terra ou do outro mundo, isto é, o demônio, tem poder sobre nós, porque Deus visitou o seu povo e o libertou. Jesus nos deu todos os meios para nos libertarmos dos inimigos, sejam eles quais forem. Cabe a nós apenas usar esses meios. Um deles é a Santa Igreja, a vida em Comunidade.
“Para que, sem temor e libertos das mãos dos nossos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça.” Santidade é viver bem com Deus; justiça é viver bem com o próximo. E isso “sem temor”. Precisamos libertar-nos do temor, pois ele é o primeiro obstáculo que entrava a caminhada dos cristãos. Cada um de nós tem medo de uma coisa, e enquanto isso os maus avançam e conquistam o mundo.
“Nós o sirvamos... em sua presença todos os dias da nossa vida.” Mesmo que a nossa vida dure noventa, cem ou mais anos, vamos servir a Deus todos os dias sem nos cansaço nem desânimo. A Bíblia está cheia de idosos e idosas que serviram a Deus sem interrupção, apesar de morrerem em idade muito avançada. Por exemplo, os profetas Simeão e Ana (Lc 2,25-38).
Em seguida, Zacarias se volta para seu filho: “E tu, menino, serás profeta do Altíssimo, pois irás
adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos”. Também nós somos chamados a ser profetas do Altíssimo, preparando os caminhos do Senhor.
Mas Zacarias volta a falar do Verbo encarnado: “Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará”. Jesus é como o sol que nasce de madrugada, vence as trevas da noite e ilumina toda a terra. Que bom se saíssemos da sombra e nos deixássemos iluminar e aquecer por esse sol!
“Para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte.” Ao vermos as luzes do Natal brilhando em toda parte, lembremo-nos de que somos portadores da luz de Cristo, especialmente para iluminar os que jazem nas trevas e sombras da morte.
Nós devíamos ser como aquelas tomadas fosforescentes. Elas recebem a luz durante o dia, e guardam. À noite, elas brilham para que as pessoas possam vê-las mesmo no escuro.
Natal é a festa da esperança. O nascimento de Jesus foi e é uma nova esperança: a nossa vida e o mundo têm conserto, porque Deus veio ajudar.
“E dirigir nossos passos no caminho da paz.” Nós queremos ter paz e ser instrumentos de paz.
Vamos olhar o nascimento de Jesus assim, com os olhos de Zacarias. Mas sem cair na fraqueza dele, tendo dúvidas a respeito da ação divina.
Que Maria Santíssima, e Zacarias, Isabel e João Batista, intercedam a Deus por nós, para que celebremos bem o nascimento de Jesus.
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