quarta-feira, 30 de novembro de 2011

IMEDIATAMENTE DEIXARAM AS REDES E O SEGUIRAM.

Hoje é com alegria que nós celebramos a festa do Apóstolo Santo André. Ele nasceu em Betsaida, na Galiléia. A vocação de Santo André está narrada no Evangelho acima, que é próprio da festa dele.

O Evangelho narra Jesus chamando quatro Apóstolos: Simão Pedro, André, João de Tiago.
Como é bom ser chamado por Deus! Nós também somos chamados. Todos sem exceção, porque, se fomos criados por Deus, é porque ele tinha em mente uma vocação para nos dar.

Nós admiramos a resposta pronta dos quatro. Pronta e decidida, porque todos eles perseveraram até a morte. Chama a nossa atenção também as renuncias deles, para poderem seguir a Jesus: deixaram bens materiais como redes, barcos, deixaram a família... e ganharam cem vezes mais.
Outro detalhe importante é que todos estavam trabalhando. Deus gosta de chamar quem está trabalhando, porque vocação é trabalho. Quem não gosta de trabalhar, não vai perseverar no chamado de Deus.

Inclusive, Jesus não os tirou do trabalho; apenas mudou um pouquinho: Pedro e André estavam pescando, tornaram-se pescadores de homens. Tiago e João estavam consertando as redes, continuaram cuidando da grande rede que é a Igreja.

Santo André é citada várias vezes nos Evangelhos. Jo 6,5-12 narra que um dia havia uma grande multidão ouvindo Jesus. Como estava ficando tarde e estavam longe de qualquer povoado, Jesus perguntou a Filipe: “Onde vamos comprar pão para todo este pessoal? Filipe respondeu: Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pedacinho a cada um! André, irmão de Simão Pedro, disse: Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dói peixes. Mas, que é isso para tanta gente?... Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.” Resultado: todos comeram e ainda sobraram doze cestos.

Veja a grande diferença entre as duas atitudes: a de Filipe e a de André. Filipe disse que não tinha jeito de resolver o problema; André, apesar de ver a desproporção entre o que ele tinha e o necessário, apresentou a Jesus o que ele tinha, e Jesus multiplicou. Deus gosta de multiplicar as coisas, depois que demos o primeiro passo, apresentando-lhe o pouco que temos.

Que Santo André nos ajude a imitá-lo, não só em relação a alimento, mas a tudo. É só apresentar o pouquinho que temos ou que podemos, Deus multiplica. Deus profere que o primeiro passo na solução dos problemas seja dado por nós.

Cada vez que há um problema para resolver em nossas Comunidades, aparecem as duas reações: a de Filipe, negativa, e a de André, positiva.

André apresentou a Jesus aqueles cinco pãezinhos, jogando no escuro, porque ele não sabia o que Jesus ia fazer. A fé consiste exatamente nisso: dar um passo no escuro, caminhar como se visse o invisível.
As nossas famílias, as nossas Comunidades e o nosso bairro estariam bem melhores se nós apresentássemos os nossos cinco pãezinhos. As pastorais costumam fazer isso, e maravilhas acontecem.

Diz a tradição que Santo André foi um Apósstolo zeloso e um grande pregador do Evangelho. Ele pregou em muitas regiões, e finalmente morreu crucificado na Acaia, que é um município da Grécia, localizado na fronteira do País.

Assim como chamou a Santo André, Deus nos chama a todos nós, neste tempo do advento, para darmos um passo à frente na vida cristã. Cada um de nós vai escolher o setor para dar esse passo: a família, a Comunidade, a vida na sociedade...

Havia, certa vez, um rapaz que todos os dias ia para o trabalho de trem. Em determinado lugar, o trem passava por um longo e alto viaduto, onde se podia ver o interior de alguns apartamentos de prédios localizados ao lado da avenida.

Começou a chamar a atenção do rapaz uma senhora idosa que sempre que ele passava, ela estava deitada sobre uma cama. A senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, era o que ele pensava.
Em um domingo, o jovem resolver visitar aquela mulher. Comprou um belo presente e levou para ela. Logo ao chegar, contou-lhe que a via todos os dias pela janela do trem. Descobriu que ela morava apenas com uma neta que trabalhava durante o dia.

Para surpresa sua, na segunda-feira, quando ele passou ela estava sorrindo e acenando para ele, apesar de não o distinguir, devido à sua vista fraca.

O gesto de amor do moço deu ânimo àquela senhora e jogou mais luz na sua vida. Este rapaz teve um gesta parecido com o de Santo André, tanto ao respondeu ao chamado de Jesus, como na cena da multiplicação dos pães.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

JESUS EXULTOU NO ESPÍRITO SANTO

Este Evangelho narra o que aconteceu logo após o retorno dos setenta e dois discípulos, de sua primeira viagem missionária. Eles, muito alegres, contaram para Jesus: “Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome”. Os discípulos se maravilham do poder que tem o nome de Jesus e o seu Evangelho.

Diante disso, Jesus exulta de alegria no Espírito Santo e faz uma oração de louvor a Deus Pai, em nome dos setenta e dois e de todos nós, quando presenciamos maravilhas operadas por Deus através do nosso trabalho pastoral e missionário. Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”.

É a alegria do Missionário, enviado pelo Pai, que vê, pela primeira vez, a sua obra sendo continuada por outros, e o Espírito Santo acompanhando da mesma forma. A alegria é grande, porque Jesus sabe que estes setenta e dois são apenas os primeiros de uma fila imensa, que atravessara os continentes e os séculos.

“Essas coisas”, a que Jesus se refere, são as ações maravilhosas operadas por Deus, através dos seus discípulos.

“Eu vi satanás cair do céu como um relâmpago.” Agora sim, satanás foi derrotado em toda a terra, e derrotado definitivamente.

O Evangelho tem uma força misteriosa para transformar os corações e construir Comunidades, germes de um mundo novo. Evangelizar não é apenas fazer propaganda do Evangelho, mas é ser instrumento da força que o Evangelho tem de transformar, libertar, purificar, converter, expulsar demônios e construir um mundo novo. Para isso, o discípulo não precisa cair no ativismo, mas jogar-se com fé nas mãos de Deus, como fez Maria Santíssima: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Jesus exulta ao ver Deus Pai do lado, não dos sábios, inteligentes, ou dos grandes profetas e reis do Antigo Testamento, mas do lado dos pequeninos que são os seus discípulos. Estes têm seus nomes escritos nos céus, como matrícula dos continuadores de Jesus. Portanto, não precisamos ter inveja de nenhum sábio, poderoso ou súper inteligente; o nosso tesouro é a nossa vocação de ser discípulos de Jesus. “Felizes os olhos que vêem o que vós vedes”. Ser discípulos de Jesus é a melhor parte, a melhor riqueza, a felicidade completa.

“Tudo me foi entregue por meu Pai... E ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” Deus Pai confia absolutamente em Jesus, por isso lhe entregou tudo, inclusive a graça de conhecê-lo. O Pai e o Filho compartilham a mesma vida, no Espírito Santo.
Certa vez, um mestre passeava em um campo de trigo, quando um discípulos se aproximou e lhe expôs o seguinte problema pessoal: “Mestre, eu não sei distinguir qual é o meu verdadeiro ideal”.

O mestre lhe perguntou: “O que significa este anel no seu dedo?” “Meu pai me deu antes de morrer”, respondeu o jovem. “Pois me entregue”, pediu o mestre. O discípulo tirou o anel e lhe deu. Na hora, o mestre atirou o anel no meio do campo.

“E agora?” gritou o jovem – “Terei de parar tudo o que estou fazendo para procurar o anel, pois ele é muito importante para mim!”

O mestre concluiu: “Quando achá-lo, lembre-se: Você mesmo respondeu a sua pergunta. Ideal é aquilo que você coloca em primeiro lugar na vida, e pelo qual sacrifica tudo o mais”.

Feliz de quem tem um ideal na vida. E mais feliz ainda quem escolhe como ideal ser discípulo ou discípula de Jesus.

Que este seja o nosso principal gesto ao acolher Jesus no advento.