quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ENVIOU-OS DOIS A DOIS.

Lc 10,1-9


Hoje celebramos a memória de dois bispos da Igreja primitiva: S. Timóteo e S. Tito. Eles eram companheiros do Apóstolo S. Paulo. Os nomes deles aparecem freqüentemente no livro dos Atos dos Apóstolos. Inclusive, S. Paulo escreveu duas cartas a Timóteo e uma a Tito.

O Evangelho, próprio da memória, narra o envio dos setenta e dois discípulos. Todos os líderes cristãos são os continuadores daqueles setenta e dois, inclusive S. Timóteo e S. Tito. Jesus os enviou dois a dois, não um por um. Isso porque “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20). Portanto, é ele que vai agir através dos seus discípulos.

S. Tito é provavelmente natural de Antioquia. Foi fiel colaborador de S. Paulo em suas viagens apostólicas, e recebeu dele algumas missões importantes, como levar uma coleta para os cristãos de Jerusalém (2Cor 8,6) e ir a Corinto pacificar a Comunidade que estava em briga. Um dia ele foi com S. Paulo à ilha de Creta, e acabou sendo nomeado bispo de lá, onde ficou até a morte.

Quanto a Timóteo, o chamado dele está narrado em At 16,1-5: “Paulo foi para Derbe e Listra. Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia que abraçara a fé, e de pai grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam bom testemunho dele. Paulo quis então que Timóteo partisse com ele. Tomou-o consigo e circuncidou-o, por causa dos judeus que se encontravam nessas regiões, pois todos sabiam que o pai dele era grego. Percorrendo as cidades, Paulo e Timóteo... As Igrejas fortaleciam-se na fé e, de dia para dia, cresciam em número.” Está aí um exemplo bonito de como que Deus chama as pessoas. Daí para frente, Timóteo tornou-se não só companheiro de Paulo, mas amigo dele.

Nos Atos dos Apóstolos e nas cartas de S. Paulo há inúmeros elogios de Paulo a Timóteo. É interessante o que Paulo escreve a ele na 2Tm 1,3-5: “Dou graças a Deus – a quem sirvo de consciência pura, como aprendi de meus pais – quando, sem cessar, noite e dia, faço menção de ti em minhas orações. Lembro-me de tuas lágrimas. Sinto grande desejo de rever-te e, assim, encher-me de alegria. Recordo-me da fé sincera que há em ti, fé que habitou, primeiro, em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, que certamente habita também em ti”.

Esse texto mostra como que a fé passa de geração em geração, de pais para filhos. Dona Loide tinha muita fé, por isso a sua filha Eunice também tinha. E Timóteo tinha muita fé, porque herdou da sua mãe Eunice. A fé e os bons costumes vão passando de geração em geração. É interessante que S. Paulo, antes de se referir aos antepassados de Timóteo, lembra-se dos próprios pais: “...como aprendi de meus pais”. Em outras palavras, Paulo está dizendo que deve a seus pais a fé que tem. Nós sabemos que os pais de S. Paulo eram judeus fiéis e sinceros. Por isso Paulo deu cabeçadas, mas acabou acertando o caminho. Assim acontece hoje com os filhos de famílias boas. Alguns tropeçam, têm altos e baixos, mas o que acaba prevalecendo é a fé recebida em casa.

O mesmo acontece com a falta de fé e a vida em pecado. Também isso vai passando de pai ou mãe para filho... É o que diz o provérbio: “Tal pai tal filho”. Nós herdamos de nossos pais não só as características físicas e de temperamento, mas também as virtudes ou os defeitos. A família é a formadora das pessoas. É dentro dela que nasce o homem e a mulher de amanhã.

Quando Paulo estava velhinho, nomeou Timóteo bispo de Éfeso, cargo que exerceu até a morte.

Havia, certa vez, um menino de dez anos, que tinha muita vontade de bater um papo com seu pai, mas este nunca tinha tempo para ele.

O pai era psicólogo famoso e seu consultório estava sempre cheio.

Um dia, o garoto teve uma idéia: foi ao consultório e marcou uma consulta com o pai, mas pediu à secretária que não lhe contasse que era seu filho. No primeiro dia vago, a consulta ficou marcada para as quinze horas.

No dia e horário marcados, o menino apareceu. Quando saiu o cliente das catorze horas, o médico telefonou à secretária pedindo que mandasse o cliente das quinze horas.

Quando o pai viu o filho, enfiou a mão no bolso e disse, em tom repreensivo: “Fale logo quanto você quer, porque eu vou atender o cliente das quinze horas”. O garoto respondeu: o cliente das quinze horas sou eu!

Nesta hora, o pai, que se julgava um homem bom, caiu das nuvens. Entendeu o pecado que vinha cometendo, de não conversar com o filho em casa.

Sentou-se ao lado do menino, abraçou-o, os dois de emoção, depois disse: “Pode falar, filho, você tem uma hora para conversar com seu pai. E hoje à noite terá mais tempo. Não só hoje, mas todas as noites”. E os dois conversaram, como velhos amigos, sobre as bobagens de criança.

Para que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e bons cristãos, e assim lhes dêem alegria no futuro, é necessário ter tempo para eles!

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